Liège Albuquerque

MANAUS


O Ministério Público Federal (MPF) deu seis meses para que missionários evangélicos da Jovens Com Uma Missão (Jocum) treinem funcionários públicos e depois saiam da aldeia dos suruahá, na área rural do município de Tapauá, a cerca de 450 quilômetros de Manaus, no sul do Amazonas. A retirada deles havia sido decidida em reunião na semana passada, conforme informou o Estado.

"Ficou acertado que a Jocum deverá treinar membros da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) para trabalhar com os suruahá para então os missionários se retirarem", diz o procurador André Lopes Lasmar. A Funasa recorreu ao MPF por entender que os missionários estariam evangelizando os índios.

CONHECIMENTO ÚTIL

"Nesse momento, como os missionários parecem ser os únicos a entender a linguagem da etnia, o Ministério Público Federal entendeu que a presença deles é necessária", afirma o procurador.

Segundo a presidente nacional da Jocum, Bráulia Ribeiro, a entidade vai lutar para não sair da aldeia. "Não é uma questão de ficar ou não, mas de vínculo fraternal, de um trabalho de 21 anos. Além disso, como ensinar uma língua indígena complexa em seis meses? Nenhum dos 137 suruahá fala português, não há bilíngües e nós já ensinamos o básico aos funcionários da Funasa", explica.

O primeiro contato com os suruahá foi em 1980. A classificação da língua foi feita - por missionários da Jocum - em 1984.

Fonte: http://www.exercito.gov.br