A PAZ DO SENHOR.

EIS AÍ UMA QUESTÃO BASTANTE CONTROVERSA, QUE TEM TRAZIDO A BAILA UMA INFINIDADES DE RECLAMOS E INDAGAÇÕES.

Antes de qualquer argumentação embasada na Bíblia ou na exegese teológica, vamos pensar e expor nossa opinião como seres humanos que somos e como membros da igreja que somos.
Feito esse parâmetro, remetemos logo de início a uma questão modal que tem sido extremamente explorada nos dias de hoje:

A MODA AGORA É SER CRENTE: MELHOR QUE ISSO, É SER PASTOR...

__Alguém pergunta porquê???.

__Eu Respondo: Porque uma infinidade de artistas estão voltando os olhos para o meio evangélico para galgar entre os crentes uma brilhante carreira artística, num meio em que o consumo se elevou de tal maneira que os artistas evangélicos possuem maior destaque na mídia que os artistas não evangélicos.

Da mesma maneira tem sido não só no meio artístico, mas também no meio ministerial.

Embora isso possa parecer absurdo, e que me perdoem os Pastores de boa índole, existem inúmeros "PASTORES" que se valem do "DOM MINISTERIAL" para crescimento pessoal pura e simplesmente.

Evidente que o obreiro é digno do seu salário, sem dúvida nenhuma.

Mas.... façamos aqui uma singela comparação:

Um servidor público de 2º escalão (escrevente, técnico judiciário, diretor de cartório, analista judiciário, etc), que tem formação em nível superior, que ralou para estudar e passar num concurso, que trabalha efetivamente 40 horas semanais, ganha no máximo, e isso com todas as ajudas e acréscimos, um valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais - se for um servidor federal) e R$ 5.000,00 (se for estadual).

Então pergunto: "É digno do seu salário um Pastor, que vive às custas da igreja, não paga aluguel, não paga água, não paga luz, não paga telefone (e geralmente a família toda tem um celular corporativo), não paga as parcelas do veículo que tem (e que geralmente é DELE e não da igreja), não paga o colégio dos filhos, não paga empregada doméstica, não tem despesas com alimentação, não tem despesas com vestuário, etc.

Vamos colocar na ponta do lápis:
tomando por base um pastor, esposa e 2 filhos (que é o mais comum)
- Aluguel R$ 700,00
- Água e Luz R$ 300,00
- Telefone R$ 200,00 (jogando baixo)
- Veículo (Financ) R$ 700,00
- Colégio R$ 600,00
- Empregada R$ 500,00
- Alimentação R$ 450,00
- Vestuário R$ 150,00

Basicamente nosso "mui digno obreiro" está ganhando a título de despesas o valor de R$ 3.600,00.

Como se não bastasse isso, o nosso querido Pastor ainda retira dos cofres da igreja um salário mensal de R$ 1.000,00, totalizando assim um valor mensal de R$ 4.600,00 (salário inicial de um Delegado de Polícia no Estado de São Paulo).

Para quem trabalha por vocação, visando o crescimento da igreja, etc, etc, que possui dons espirituais, que "AMA A OBRA", etc, etc.... esse obreiro no mínimo está saindo bem caro para a igreja hein!!! além de que não precisa ser concursado ou passar por testes de aptidão vocacional.

Não quero também ser hipócrita nem tão pouco fazer qualquer tipo de apologia, mas creio que o obreiro é digno do seu trabalho quando se pode vislumbrar os resultados desse trabalho. Uma grande parte de pastores não passam de parasitas que ficam apenas "SUGANDO" o dinheiro do povo, inclusive com insinuações proféticas de prosperidade.

Se podemos combater isso?, claro que podemos... comece a indagar ainda hoje, em sua igreja, a respeito dos relatórios financeiros da igreja. Converse com o tesoureiro e pergunte a ele como andam as contas da igreja. Comece a ser mais participativo, É UM DIREITO SEU.

Em qualquer repartição pública que você vá, poderá fiscalizar as contas daquela repartição, o mesmo ocorre em qualquer tipo de associação ou entidade; a igreja é uma entidade e como entidade deve prestar contas aos congregados, como igreja deve zelar pela doutrina, pela palavra, etc; mas enquanto entidade religiosa, qualquer membro deve ter acesso às contas e demonstrativos.

Agora pergunto: __ Ainda há a necessidade de debater biblicamente?

A questão da dignidade do obreiro em relação ao seu salário é pacífica, SIM ELE É DIGNO DO SEU SALÁRIO, mas é INDIGNO DA EXTRAPOLAÇÃO DO MESMO.

Aliás, a extrapolação no exercício de qualquer direito é considerada como ato ilícito pela legislação brasileira. Art. 187 do Código Civil.

É isso!!!