“DE TODA A TUA ALMA”

A alma é a sede de nossos sentimentos. Quando amamos a Deus, este amor atinge nossas emoções. Ao meditar sobre esse amor, nossa alma expressa profundas emoções: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1.46-47). Não é uma emoção superficial; é nossa alma transbordando e louvando Àquele que nos ama, expressando nossa gratidão a Ele: “Amo ao Senhor, porque ele ouviu a minha voz e a minha súplica. Porque inclinou para mim os seus ouvidos; portanto, invocá-lo-ei enquanto viver” (Sl 116.1-2).

Nosso louvor deve ser feito com reverência e temor.

“DE TODO O TEU ENTENDIMENTO”

Em nossa adoração participam os sentimentos, mas também participa o intelecto. Não significa que não saibamos o que estamos fazendo. Existe o sentimento, a ação de adorar, mas o entendimento não está descartado. Paulo disse: “Cantarei com o espírito, mas cantarei com o entendimento” (1 Co 14.15b). O cristão direciona seu amor a Deus e tudo o que faz em nome desse amor, faz com entendimento.

“DE TODAS AS TUAS FORÇAS”

Significa que devemos com todas as nossa forças servir a Deus. É necessário, o emprenho, a disposição para amá-lO em todas as circunstâncias. Nosso amor por Ele é testado em momentos difíceis. Nestes, é fundamental reunir todas ad forças para não nos desviarmos do propósito principal: amá-lO r servi-lO A Palavra de Deus diz: “Esforça-te!” (Js 1.6,7,9).

Nós e o Amor:

§ Como podemos provar que amamos a Deus? Obedecendo-a Ele: “Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele” (Jo 14.21- NVI).

§ O amor resume toda a Lei: “Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt 22.40).

§ O amor pode esfriar: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará” (Mt 24.12).

§ Qual deve ser o procedimento daquele que ama a Deus? Eis a resposta: “Vós que amais ao Senhor, aborrecei o mal,ele guarda a alma dos seus santos, ele os livra das mãos dos ímpios” (Sl 97.10).

§ A advertência dada à igreja de Éfeso. Depois de Jesus mencionar suas qualidades, Ele afirmou: “Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade” (Ap 2.4).

AMAR AO PRÓXIMO É O SEGUNDO MANDAMENTO

O segundo mandamento é decorrência do primeiro . Se amarmos a Deus, amaremos ao próximo: “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12. 31a).

A Bíblia destaca: “Aquele que ama a seu irmão, está na luz, e nele não há escândalo. Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhes cegaram os olhos” (1 Jo 2.10-11).

O amor com o qual Deus nos amou é descrito pelo termo grego “agape”, que significa “amor abnegado, profundo e constante”. Em Mc 13.31, essa mesma palavra está empregada para descrever o amor ao próximo.Isso significa que devemos amar nosso semelhante como Deus amou a nós. Isso não é fácil, porém Deus faz nutrir esse amor em relação ao próximo: amor abnegado, amar sem esperar qualquer tipo de recompensa, ou seja, amar alguém, embora esta pessoa não possa reconhecer-nos ou dar algo em troca: “Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos o mesmo?” (Mt 5.46).

O cristão ama, embora não seja correspondido: “O amor não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor” (1 Co 13.5 –NVI).

Como deve ser o nosso amor em relação ao próximo? Observemos: “Amarás o teu próximo, como a ti mesmo” (Mc 12.31). O amor de Deus deve ser estendido a nós. Devemos amar a nós mesmos, entretanto não de forma egoísta. Cuidamos do corpo, damos-lhe alimento, sem apenas considerar a nós mesmos. Como cuidamos de nós, devemos cuidar do próximo. A pessoa que ama a si mesmo, procura crescer espiritualmente.

OBS: “O cristão que ama a si mesmo com amor agape não só cuidará de suas necessidades pessoais quanto à saúde física, educação, trabalho, amigos e coisas semelhantes, mas também permitirá que o Espírito Santo desenvolva sua natureza espiritual, através do estudo da Palavra de Deus, oração e comunhão com outros crentes. Ele desejará que o fruto do Espírito seja manifestado em sua vida, conformando-o diariamente cada vez mais segundo a imagem de Cristo” (Antonio GILBERTO. O fruto do Espírito, pág. 38).

Quem ama a si próprio, na perspectiva do amor divino, não fica enxergando em si próprio apenas seus defeitos, fazendo de si mesmo uma imagem negativa. Não! Somos filhos de Deus. Assim, olharemos para nós, como o Pai nos vê: pessoas transformadas e que não entram, em depreciação de si mesmos. Quem é amado, é feliz, sente-se seguro nos braços do Pai.

Jesus ainda assim se expressou: “Não há outro mandamento maior do que estes” (Mc 12.31b). Isto não significa que devamos deixar de lado a mensagem integral da Bíblia. Por quê? Em primeiro lugar, para cumprirmos esses dois mandamentos, necessitamos ler, meditar sobre a fé, oração, vigilância, moderação. Em segundo lugar, quando amamos uma pessoa, mais desejamos conhecê-la. Quanto mais lemos a Bíblia, mais profundamente conhecemos Deus, Seu poder e como Ele SE manifesta aos homens: assim nosso amor para com Ele cresce diariamente.

COMO IDENTIFICAR UM VERDADEIRO DISCÍPULO DE JESUS

Um verdadeiro discípulo de Jesus, segue as pisadas do Mestre. Ele mesmo destacou como deveria ser o comportamento de Seus discípulos, atitudes que demonstram a diferença de Seus seguidores de outras crenças:

a) “Que vos ameis uns aos outros” (Jo 13.34a)

Em seus últimos discursos, Jesus mencionou várias vezes que o mundo veria Cristo agindo nos Seus discípulos, se entre houvesse amor. Amor não apenas de palavras, mas de ações. Que falta em nós, para que outros vejam que o amor é uma característica de Seus seguidores? Esse amor tem de ser ardente, amor sincero: “Tendo purificado as vossas almas pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos de coração uns aos outros ardentemente” (1 Pe 1.22- ARA).

Esse amor é visto por meio do perdão (Cl 3.13-14); na ação de socorrer materialmente (Hb 6.10), fortalecer os irmãos (1 Ts 5.14).

O amor deve crescer: “E o Senhor vos faça crescer, e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco” (1 Ts 3.12- ARA)

b) “Como eu vos amei a vós” (Jo 13.34b).

Devemos amar não na aparência, mas como Jesus. Seu amor foi constante:“Ora antes da festa da Páscoa, sabendo que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (Jo 13.1). Ele não desistiu deles: o Mestre demonstrou Seu amor até o fim de Seu ministério terrestre: Ele lavou os pés dos discípulos, inclusive o de Judas Iscariotes! (Jo 13.12). È um exemplo para todos nós. Nós, professores, também devemos pedir a Deus, para que nossos alunos sintam que nós os amamos de modo especial. Assim como Jesus tinha discípulos se personalidades diferentes, com necessidades específicas, assim também temos este importante desafio: amar a cada um individualmente, estender nosso apoio, ensino e oração a cada um.

Aceitemos o convite de Jesus: “Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor” (Jo 15.9).

c) “Nisto conhecerão que sois meus discípulos” (Jo 13.35)

O amor é o distintivo do discípulo cristão. A Bíblia destaca: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque a caridade é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (1 Jo 4.7).

Só poderemos ser uma comunidade de amor, neste mundo cheio de ódio, se de fato O amarmos. À semelhança de Pedro, temos de responder a uma questão fundamental no nosso relacionamento com Ele: “Amas-me?” (Jo 21.16). Se O amarmos, também demonstraremos que amamos nossos irmãos: assim seremos Seus discípulos, espalhando o real amor.

CONCLUSÃO

O amor cristão precisa ser demonstrado no viver diário do cristão.

Sabemos que as dificuldades existem nos relacionamentos, porém devemos inspirar-nos no amor de Deus.

Que possamos espelhar-nos no grande Amor que viveu aqui nesta terra para dar-nos o exemplo.

Lutemos para que nada possa apagar o amor cristão fraternal de nossa vida

Que o nosso coração possa transbordar de amor a fim de proclamarmos a salvação: “Um coração de amor, quero, ó meu Jesus, /Ao Teu igual, Senhor, espalhando a luz;/A Ti eu vou servir,/O tempo redimir, /As almas conduzir, quero eu a Ti”.

Colaboração para o Portal Escola Dominical: Profª. Ana Maria Gomes de Abreu (Inn Memorian).