Ensine os seus filhos homens a ajudar no trabalho doméstico.
Por Luís Eduardo Machado

“Maridos, vivam a vida comum do lar...” (I Pedro 3:7)

Devido a nossa tradição latino/machista nós convencionamos que os trabalhos domésticos são coisas para as meninas e que então os meninos (homens) não deveriam se preocupar com isso.
Grande erro! Com a conivência dos pais, temos formado homens e mais homens inúteis com relação ao trabalho do lar (me refiro a cozinhar, lavar, arrumar, etc.).

Essa falta de habilidade em ajudar e em compreender o trabalho doméstico trás conseqüências negativas aos nossos filhos. Vamos ver:
a) Homens que não aprenderam a ajudar em casa tendem a ser folgados e a explorar as suas mães e as suas (futuras) esposas;
b) Homens que não aprenderam a ajudar em casa nos trabalhos domésticos tendem a sofrer muito mais quando vão morar fora (por causa da faculdade, intercâmbio, etc.) É muito difícil aprender essas coisas depois de adulto, dói mais...
c) Homens que não foram ensinados a participar das tarefas domésticas tendem a não valorizar o trabalho das “mulheres da casa”, eles acham que o trabalho doméstico é fácil e tem menor valor;
d) Homens que receberam da mamãe tudo na mão (sem ter que ajudar em nada) costumam reproduzir isso com as suas futuras esposas, são maridos que ficam sentados esperando que a esposa faça igual a mamãe fazia.

O que precisamos entender é que serão os nossos próprios filhos (homens) que sairão no prejuízo.
Por isso, coloque os meninos para trabalhar nas tarefas domésticas, para aprenderem a cozinhar o básico, para lavarem a louça, arrumarem a casa. Se eles usufruem da casa devem ajudar na casa.

Não se trata de ensinar os meninos a serem meninas, a idéia é ensinar os homens a serem homens responsáveis e participativos. E no futuro serão homens (maridos) mais úteis, menos folgados e melhores exemplos para os filhos.
Eu mesmo sou fruto da falta de habilidade dos meus pais em me ensinar a ser mais participativo nas tarefas domésticas. Minha mãe fazia tudo, trazia tudo na minha mão. Quando me pedia algo, eu reclamava e ela permitia que eu não fizesse.

Hoje, quem sofre é a minha esposa e eu mesmo. Para mim dói ajudar nas tarefas domésticas (mas tenho consciência que deveria fazê-lo e que ensinaria isso aos meus meninos para evitar que eles perpetuem o modelo errado).
Aliás, o pai deve dar o exemplo aos filhos com relação às tarefas domésticas.

Outras culturas têm mais facilidade nisso. Sofremos ainda mais por causa da “empregada doméstica” que costuma ser a “escrava” que arruma tudo o que os filhinhos desarrumaram. Que bom que possamos ter empregada, mas não as custas de formarmos filhos folgados e negligentes com relação ao próprio lar.
Não deixemos os nossos filhos ser folgados, isso fará mal a eles no futuro. Eles devem ajudar nas pequenas coisas do lar, mesmo a contragosto. Tem que ajudar e ponto final!