CAIRO, Egito, 17 de Maio (CDN) – Um muçulmano que se converteu para a fé cristã no Egito disse estar devastado por uma decisão recente de um tribunal para suspender um processo que ele abriu para mudar a religião em sua cédula de identidade, de muçulmano para cristão.

O Primeiro Distrito do Tribunal do Conselho do Estado em 27 de abril suspendeu o caso do cidadão cristão egípcio Mohammed Ahmed Hegazy até que a Corte Constitucional dê um julgamento sobre o artigo 47, uma seção do Código Civil egípcio que, em teoria, permite que cidadãos egípcios mudem a religião listada em sua cédula de identidade.

Hegazy, de 27 anos, disse que a suspensão do tribunal coloca em perigo o bem estar de seus filhos e os forçará a viver uma vida dupla indefinidamente. Devido à designação religiosa em suas cédulas de identidade ser listada arbitrariamente como “muçulmana”, alegou Hegazy, se eles seguirem a Jesus serão declarados “apóstatas” e perseguidos pelo resto de suas vidas por “deixar o islã” inclusive com perigo de sofrerem assassinato.

Hegazy, que sofreu severamente depois que as autoridades religiosas no Egito o declararam um apóstata, incluindo ser preso para investigações pela Polícia de Segurança do Estado, ele disse que iniciou o caso na justiça para que seus filhos evitassem o mesmo destino. “Eu não queria que eles passassem pelo mesmo problema e pelas mesmas perseguições que eu sofri,” ele disse. “Minha filha não poderia ir à escola sem temer por sua segurança. Ela pode até ser morta simplesmente por ser minha filha.”

Grupos de direitos humanos e agências governamentais ao redor do mundo condenaram o Egito por seu histórico de intolerância religiosa. Em um relatório emitido nesse mês, a Comissão Americana para a Liberdade Religiosa Internacional ressaltou os problemas do Egito com cédulas de identidade e o tratamento de conversos da religião muçulmana para outras religiões, tomando nota do caso de Hegazy.

“O governo egípcio geralmente não reconhece conversões de muçulmanos para outras religiões”, alega o relatório. “Os tribunais egípcios também se recusaram a permitir a muçulmanos que se convertem ao cristianismo mudem suas cédulas de identidade para que mostrem suas conversões.

No primeiro de tais casos, levado à tona por Muhammad Hegazy, um tribunal de primeira instância decidiu em janeiro de 2008 que muçulmanos são proibidos de converter da religião muçulmana para outras, baseado em princípios da lei islâmica.

Esse tribunal também alegou que tal conversão constituiria uma infração à religião estatal (muçulmana) e uma perigosa brecha para a conversão de outros muçulmanos.

O cristão Hegazy, que foi vítima de ameaças de morte e está se escondendo, apelou da sentença.”
Colaboração: José Pereira
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temos tanta liberdade no Brasil e muitas vezes não a aproveitamos.

A Paz.