AFINAL, O QUE É O AMOR?
(por Tânia M. da Cruz)

" Recentemente terminei minha faculdade. O último trabalho que tive que apresentar foi o de sociologia. O professor apresentou um projeto chamado sorriso.


Foi solicitado à classe que saísse, sorrisse para três pessoas e documentasse suas reações.


Logo depois da aula, eu, meu marido e meu filho mais novo fomos à uma lanchonete. Estávamos na fila esperando nossa vez, quando repentinamente todos à minha volta começaram a se agitar e a se afastar, inclusive meu marido.
Eu não me movi um centímetro... Me virei para ver porque tinham se afastado.


Foi quando senti o terrível cheiro de corpo sujo e lá estavam dois pobres mendigos. Quando olhei para o que estava mais próximo, ele estava sorrindo.


Seus bonitos olhos azuis estavam cheios da luz de Deus e procuravam por simples aceitação.


- Bom dia. - Ele disse timidamente enquanto contava as poucas moedas que tinha. O segundo homem permanecia atrás de seu amigo, agitando os braços.


Observei que o segundo homem tinha deficiência mental e o cavalheiro dos olhos azuis era o seu guardião. A garçonete perguntou o que queriam.


- Apenas café, senhorita. - respondeu, porque era tudo que poderiam comprar com os recursos que tinham. Se quisessem sentar no restaurante para se aquecer, tinham que comprar alguma coisa. E o que queriam mesmo era se
aquecer.


Então, eu realmente senti uma compulsão tão grande que quase estendi a mão e abracei o homem dos olhos azuis.
Foi quando notei que todos os olhos na lanchonete me observavam, julgando cada ação minha. Eu sorri e pedi que a garçonete acrescentasse duas refeições, um pequeno almoço, em bandejas separadas. Fui até onde os homens
tinham se sentado e pus as bandejas sobre a mesa e coloquei minha mão sobre a fria mão do homem dos olhos azuis. Ele me olhou emocionado e agradeceu.


Inclinando-me um pouco, respondi, - Não sou eu que faço isto por vocês.


É Deus que está trabalhando aqui, através de mim, para dar-lhe esperança.


Me afastei para juntar-me a meu marido e meu filho. Quando me sentei, meu marido me sorriu e disse, - É por isso que Deus me deu você, querida. Para me dar esperança.


Aquele dia me mostrou a pura luz do doce amor de Deus.


Retornei à faculdade, para a última aula, com esta história nas mãos. Eu a transformei em meu projeto e o professor o leu. Então olhou para mim e disse, - Posso compartilhar isto?


Eu concordei e ele pediu a atenção da classe.


Começou a ler e todos nós percebemos que, como seres humanos, temos a necessidade de curar as pessoas e de sermos curados. Ao meu jeito, eu tinha tocado as pessoas naquela lanchonete, em meu marido, em meus filhos, em
meu professor, em cada alma daquela sala onde tive a última aula como um estudante de faculdade. Eu me formei com uma das maiores e mais importantes lições que aprendi:


Aceitação incondicional.


"Amar as pessoas e usar as coisas ao invés de amar as coisas e usar as pessoas"



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